Páginas

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Justiça... Pedimos, mas desconhecemos

Após tragédias, como aquela em que um maluco norueguês matou um bando de pessoas, ou aquela em que um estudante matou um bando de alunos e a épica que aconteceu em 11/09/01, sempre vem à tona, e à mente de milhões de cidadãos, um sentimento de inconformidade. As pessoas chegam a desacreditar na justiça, a entrar em estado de choque, a ficar desorientadas e até a desistir de buscar a solução dos problemas sociais.

Não quero entrar no mérito de como se deu cada caso exemplificado acima, pois demoraria e eu poderia entrar em contradições, pois, por exemplo, temos o 11/09 e em volta deste há milhares de teorias, conspirativas, oficiais e reais... O quero é debater porque ficamos chocados e porque pedimos “justiça” e qual é nossa definição de justiça.

Por sermos seres humanos, somos seres emotivos, que choram, se zangam, se alegram... Quando acontece algum evento que foge da nossa rotineira paz e aparecem em todo lugar na mídia, perdemos nossa narrativa, nossa derradeira paz, e somos colocados em uma posição em que teremos alguma reação particular mediante ao problema. A reação varia, dependendo da aproximação da pessoa ao evento, da aproximação às vítimas do evento; e um vasto número de variáveis. Os que têm reações menos comedidas, se expõem de forma maior, às vezes, saindo às ruas pedindo “paz e justiça”, participando de movimentos sociais, ajudando os próximos às vítimas e tentando se envolver o máximo possível.

O “clamor” pela paz é inevitável e tem todo meu apoio! Vivemos em tempos violentos; grandes tragédias têm acontecido e nos desestabilizado... É de suma importância que as pessoas cobrem do governo atitudes para uma paz mais visível. O que me desanima e faz eu escrever este post é a mania que todos têm de pedir justiça, até quando esta já foi feita.

Por exemplo, quando o menino se matou e matou as crianças na escola – não necessariamente nesta ordem ... Da policia, tivemos um grande exemplo de trabalho. Claro que eles não conseguiram evitar o acontecido, mas fizeram o possível e o impossível para impedir o rapaz. Daí vieram umas pessoas e gritaram pelas ruas do Rio de Janeiro, pedindo justiça e uma polícia melhor! Outro exemplo foi quando a débil mental Suzane Richthofen matou seus pais e foi presa, julgada e condenada a umas centenas de anos na cadeia. O povo se rebelou, saiu pedindo justiça... que foi feita!

A concepção de justiça que muitos tem não é nem utópica nem baseada na constituição. É sim uma auto-defesa, um escape. O que as pessoas realmente querem quando saem para pedir "justiça", é uma paz pessoal, uma vida sem preocupações, um egoísmo sublime e um descanso. Quando vem um evento catastrófico, como uma tragédia, as pessoas vêem uma oportunidade para pedir novamente por isso.

Que nós paremos com esses conceitos hedonistas, que nós percebamos que vivemos em um mundo que não é utópico, não é totalmente saudável nem tranquilo.Vivemos em um mundo onde não podemos descansar para os problemas alheios e nem pedir isso. Precisamos sim rever nossos conceitos e tentar melhorar as coisas, de alguma forma. Sejamos Proativos!


Ass.: Lucas Santos

4 comentários:

  1. Realmente, precisamos mudar esse conceito. Pior do que isso, é aquela pessoa q depois q ocorre uma tragédia, põe luto no Facebook/MSN/Orkut, sendo q não tem nada a ver com o ocorrido. Luto, é o que os familiares sentiram, não esse sentimento de medo que aquilo ocorra com a própria pessoa. Isso daria um bom post.

    ResponderExcluir
  2. Concordo com você, Frederico. Acho que as pessoas fazem isso para mostrar um falso envolvimento, para ganhar algum status. Isso é triste.

    Obrigado pelo comentário. Volte sempre!

    ResponderExcluir
  3. Já que você citou o maluco do norueguês, me faz pensar no seguinte: Por que a mídia só trata terrorista quando estar falando de pobre, negro ou muçulmano? Quando se refere ao noroeguês chama de atirador... É muita falta de caráter de alguns da imprenssa, viu! Ou racismo mesmo!

    ResponderExcluir
  4. Obrigado pelo comentário, Pr. Adilson.
    Acho que a "mídia" cisma de expor muçulmanos, negros e pobres por três motivos, cada qual referente a cada estereótipo que colocaste:

    Muçulmanos - Os EUA são a nação "carro-chefe" da imprensa mundial e, como atualmente enfrentam uma guerra - qual eles mesmos criaram e patrocinaram - com o mundo árabe, a mídia sempre tentará categorizar os muçulmanos como antagonistas do desenvolvimento

    Pobre e Negro - Não chamam, em sua maioria, de terroristas - ressaltando que é a mídia brasileira que mais noticia tragédias de tais grupos - mas chamam de traficantes, elementos, marginais e qualquer termo depreciativo. Acontece isso porque estamos em um país onde se aborda tanto a igualdade social e a inclusão e, ao mesmo tempo, acontece um apartheid social, uma desigualdade cultural... Estas, contínuas por causa de um governo falido...

    Finalizando... Racismo, infelizmente, está longe de se tornar mito e, imprensa, para além de livre, é manipulada por correntes governamentais que fazem o que bem querem!

    Volte sempre!

    ResponderExcluir