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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

UNE, 10% do PIB, Corrupção, Copa e Rock in Rio

Camila-Vallejo-16Na semana passada, Camilla Vallejo, musa do movimento estudantil chileno, veio ao Brasil e protestou, juntamente à UNE (União Nacional dos Estudantes), em Brasília, reivindicando o investimento de 10% do nosso Produto Interno Bruto para a educação. Foram milhares de estudantes que protestaram e, com este episódio, fico rendido a fazer um post. Então vamos lá!
Primeiramente, já me adianto e digo que não criticarei a UNE , os protestos, as manifestações ou quaisquer representações do movimento, pois sou um total apoiador e acho que 10% é o mínimo que a nona economia do mundo deve destinar à educação. É uma vergonha existir uma câmara de deputados que mais se importam com obras ou turismo que com a educação, sendo a base mais importante para o crescimento econômico e social do Brasil.
Não quero também me ater a repetir o discurso irracional de que político não quer investir na educação por estratégia, para “manter o povo burro votando neles”, como muitos falam, pois essa premissa já é antiga e equivocada. Político não quer investir na educação por dois fatores.
Se o político for honesto e tiver a vontade real de investir na educação, ele pode não vir a conseguir, devido aos fatos de que mais da metade da câmara dos deputados e do senado ser corrupta e devido ao nosso ministro da educação ser um economista que toma decisões absurdas e, parafraseando Gregório de Matos, não governa nem sua própria cozinha. Se o político for desonesto, ele não investirá em educação porque além de não ter o retorno que, por exemplo, o turismo dá (a copa está vindo), ele preferirá investir o dinheiro em um caixa 2 qualquer.
GREGARIO DE MATOSPor falar em copa, olimpíadas e quaisquer parafernálias esportivas que recaiam sobre nossas costas, vamos admitir, o Brasil não está preparado para isso. Não quero dizer economicamente, pois temos o dinheiro, os trabalhadores, as empresas investidoras... Quero ressaltar é que a copa e as olimpíadas, no Brasil, não serão dos brasileiros.
O Brasil tem se tornado palco de muitos eventos, ultimamente esportivos, em âmbito internacional e tem obtido um imenso prestígio. Muitos têm orgulho, pois gostam de ver sua pátria “mandando ver” por aí, mas, se pensarmos bem, perceberemos que o brasileiro, aquele trabalhador, que sua, se cansa para obter o sustento de sua casa, aquele que representa a maior massa populacional do Brasil, não é protagonista, nem mesmo coadjuvante, das conquistas do país.
O Rock in Rio é um exemplo de um evento brasileiro não destinado aos brasileiros. Os ingressos foram vendidos a uma fortuna surreal, se esgotaram rapidamente e o lugar em que o evento ocorrerá está na região mais desigual da cidade do Rio de Janeiro. A cidade do rock está próxima de conjuntos habitacionais que não têm nem mesmo saneamento básico e estes estão próximos de grandes condomínios de luxo, que estão próximos de favelas...
Para além dos protestos estudantis, da corrupção política, da copa, das olimpíadas, do despreparo brasileiro, da desigualdade e do Brasil não brasileiro, termino o texto com uma indagação, uma questão para vocês, caros leitores, que não tem muito a ver com o texto, mas quero compartilhar:
“Os valores e a ética pessoais se tornam prioridade para nós, enquanto cidadãos e atuantes na sociedade?”
(Se quiserem, comentem, se não, tudo bem, o importante é vocês se indagarem e pensarem)

Um comentário:

  1. Curti muito muito seu post , e ainda me ajudou para a minha apresentaçao de amanhã pra sociologia ;)
    Seus textos sao muito bem escritos pois apesar de serem longos dispertam vontade de ler mais e mais ;)

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