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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Um mundo sem braços

DepressãoDepressão é uma das maiores causas de mortes na atualidade. Os suicídios aumentam drasticamente em diversos lugares. A autoestima das pessoas tem diminuído, em um mundo onde a educação é lastimável e os relacionamentos se tornam superficiais. A aceitação e a simpatia se tornam raras e as pessoas tentam preencher suas carências de todas as formas, mais inúteis. Nós excluímos, criamos padrões que nem nós mesmos nos encaixamos... Tudo para julgar. E quem não tem um braço é que se dá bem!

Simplesmente eu nunca vi uma noticia sequer que relatasse um caso de um individuo, sem braço, que se suicidou. Imagino que é óbvio que tal fato seja improvável de acontecer. Não ter um braço pode ser a chance de fazer sucesso. Simplesmente quem não tem um braço não tem cobranças. Como se fosse inferior, tudo que o cara sem braço fizer, mesmo que seja banal, será visto como conquista.

Seja gordo, raquítico, negro, japonês, feio ou bonito, nada disso importa quando não se tem um ou dois braços. As pessoas só reparam nos seus braços – ou na falta deles. Se era desafinado, desengonçado ou um completo imbecil antes de perder os braços, depois poderás ganhar concursos de música, dança ou redação, apenas por não ter seu braço.

Imagino que quem não tem um braço não reclama também de falta de amigos por perto, pois sempre tem algum inconveniente que puxa assunto com o dito cujo. Claro que, sempre, a falta de discrição das pessoas resulta na completa falta do que falar, levando as conversas sempre para o assunto do braço faltante. Mas diálogo é diálogo!

Se não tiver braços, qualquer projeto que você tente fazer não terá prazos tão malignos, e só sua vontade de fazer projetos será vista como superação. Não poderás ter quaisquer esforços físicos, pois todos te “ajudarão”, afinal na mente sábia da população, não ter braço significa não ter competência.

Enfim, não ter braços melhora nossa condição de vida, em um mundo, em termos, desprezível. Que todos nós percamos nossos braços, para que comecemos a perceber uns os outros e paremos de ser hipócritas. Esse post é apenas uma crítica, não só ao tratamento a pessoas sem braço, mas à uma hipocrisia social que é imposta em relações com pessoas que excedem à maioria.

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